Um guia conciso de um país fascinante

Cuba há muito que estava na lista dos meus destinos de sonho. Sempre tive uma enorme curiosidade pela cultura, pela história e, acima de tudo, pela enorme resiliência de uma das melhores pessoas que conheci e que ficará para sempre no meu coração.

Esta viagem foi uma daquelas muitas coisas na vida que acontecem por mero acaso. Neste caso, foi um prémio que o meu marido recebeu da empresa onde trabalha e que veio na altura certa para fazermos desta viagem uma forma de prolongar a nossa lua de mel.

Tenho que admitir, no entanto, que não fiz a viagem sem um sentimento de culpa ou hipocrisia já que falo tanto de destruição ambiental e o facto de ter apanhado um voo de oito horas contradiz o que prego. Talvez para aliviar a minha culpa e não me sentir tão mal pelas minhas acções, levei na minha mala de porão produtos que ajudaram a população local, mas já lá iremos.

O que levar na mala

Cuba tem um clima tropical, por isso quase não precisa de levar roupa. Eu só levei um par de calções, um par de calças de linho, um vestido e três t-shirts (só usei uma).

O meu marido fez o mesmo. Mas isto não significa que a mala estava vazia, muito pelo contrário.

Cuba está numa situação muito triste de carência. Não vou entrar em pormenores históricos porque se trata de cultura geral acessível a qualquer pessoa que tenha curiosidade, mas o regime, o bloqueio económico dos EUA e a situação pós-pandemia que isolou o país durante dois anos deixaram Cuba num enorme caos económico e social.

Este foi o primeiro país em que, após longas caminhadas e várias horas de estrada, não encontrei nenhum supermercado, mercado, hipermercado ou loja onde se pudesse comprar o que quer que fosse.

É certo que fui aos sítios mais turísticos, mas nem no centro de Havana se via uma loja onde se pudesse comprar uma garrafa de água. Acabámos por passar por uma farmácia, e o que vimos lá dentro chocou-nos. Quase não havia produtos.