“Governar os italianos não é difícil, é inútil”.

Esta frase inventada foi falsamente atribuída a várias figuras históricas: o ditador fascista Mussolini, o político Giovanni Giolitti e até Winston Churchill.

Mas a frase contém um elemento de verdade, como poderá constatar no momento em que chegar à capital de Itália.

Roma não é uma cidade bem gerida.

Está muito mais suja e desalinhada do que uma grande capital europeia tem o direito de estar.

Especialmente uma que cobra a cada visitante que pernoita 7,50 euros de imposto municipal por dia.

O trânsito (e o ruído e a poluição que gera) é atroz, ao ponto de, por vezes, fazer com que até um eterno redutor como eu gostava que os carros nunca tivessem sido inventados.

Mas experimente usar os transportes públicos e rapidamente perceberá porque é que há tantos carros por aí. Existem apenas duas linhas de metro (mais uma em construção) e os autocarros chegam muitas vezes atrasados e sobrelotados.

No entanto, adoro Roma, e as mais pequenas desculpas são tudo o que preciso para regressar.

Sendo italiana, estou habituada a estar rodeada de beleza e de história, ao ponto de as tomarmos por garantidas.

No entanto, até eu acho Roma esmagadora neste aspeto. Há lá arte e beleza suficientes para o manter ocupado durante uma vida inteira.

Há tanta coisa para ver que passa por coisas que noutro lugar seriam o orgulho de um país inteiro, mas que em Roma são, como diria Columbo, apenas mais uma coisa.

Por isso, não pode censurar as pessoas por quererem ver, e há muito para fazer.